Por que gritamos “Fora Temer”?

Denunciamos a ilegitimidade do governo de Michel Temer por termos a convicção de que um novo golpe de estado ocorreu no Brasil no dia 31 de agosto de 2016, com o afastamento da presidenta eleita, Dilma Rousseff, sem que esta tenha cometido quaisquer crimes. Assim, quando gritamos “Fora Temer”, estamos deixando claro que não reconhecemos um plano de governo que chegou ao poder de maneira antidemocrática e com medidas que precarizam ainda mais a maioria da população, mas não paramos aí. Não nos iludimos com a ideia de que um “Volta Querida” resolveria os problemas que a população vem enfrentando.

Achamos ser, sim, importante defendermos a mínima, imperfeita e incompleta democracia que temos no Brasil; mais importante que isso, pensamos ser necessário protegermos nossos direitos sociais dos ataques que estes vêm sofrendo nos últimos anos. Acreditamos que essa proteção não se dará através da defesa de representantes ou partidos específicos, ou ainda com pautas genéricas como “fim da corrupção”: a única maneira real de defendermos a democracia e nossos direitos é através da pressão das ruas.

Nós nos sentimos chamadas/os à luta para resistir à retirada e, mais do que isso, exigir o AVANÇO dos direitos sociais. Acreditamos que nossa pauta principal deve estar focada nesses riscos concretos, que possuem 4 eixos principais: a PEC 241, a reforma da CLT, a reforma da previdência e as privatizações. Não defendemos a bandeira de nenhum partido, conscientes que no contexto desta crise, seja qual for o partido da situação, teremos que erguer uma dura e longa resistência à derrubada de direitos que os mais ricos querem propor através da atual agenda neoliberal. Não iremos pagar por essa crise!

Por isso, somamos às manifestações “Fora Temer”, já que esta é a figura que está implementando estas medidas no momento, mas clamamos por uma leitura crítica destas: pois Temer é apenas um agente descartável pelas forças que deram o golpe, e que pretendem implementar sua agenda de privatizações e de retrocessos nos direitos sociais. Diante da falência da democracia representativa, acreditamos que é somente na rua, nos locais de trabalho, nas escolas, nos bairros, nos organizando de maneira direta e coletiva, que poderemos não só barrar os ataques aos nossos direitos, como exigirmos muito mais.

Mais do que nunca, é necessário termos consciência de que a única forma de se promover mudanças reais é através de ação e organização da própria população.

DIREITOS JÁ! FORA TEMER!

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