Que coincidência! Não tem PM, não tem violência…

        Na noite de terça (06/09/2016), mais um ato em defesa dos direitos sociais e contra as propostas do governo golpista de Michel Temer tomou as ruas de Florianópolis. A manifestação saiu do trapiche da Avenida Beira Mar por volta das 19h e seguiu em direção ao TICEN, ocupando completamente uma das vias.
        Uma característica crucial que diferenciou a manifestação de ontem dos dois atos que, na semana passada, ocuparam as ruas do centro da cidade, foi a ausência de violência.
       O motivo é claro: dessa vez a polícia militar não tentou infligir o direito à livre manifestação (assegurado no artigo 5º da Constituição Federal) das pessoas que ali estavam, e não impediu que o ato seguisse ocupando a rua. 
Através de uma campanha de manipulação midiática medíocre e mentirosa, ao longo dos últimos dias a PM tentou vender a farsa de que nos dois atos anteriores, teriam sido os manifestantes que haviam dado início às hostilidades. Os diversos relatos de pessoas presentes nos atos, em conjunto com a cobertura das mídias independentes que lá estavam, corroboram os fatos: de que em ambas as ocasiões, a violência partira única e exclusivamente da polícia, de modo truculento e irresponsável, com a finalidade de impedir que a manifestação ocorresse e ocupasse ruas importantes da capital. 
       Nas duas ocasiões, a polícia procurou inclusive dificultar a fuga dos manifestantes dos locais, forçando de maneira sádica que permanecessem sendo alvos de bombas, gás lacrimogêneo e tiros de bala de borracha. Na ocasião, as reações por parte dos indivíduos presentes foram uma expressão de revolta contra a truculência policial e visaram, em primeiro lugar, auxiliar as pessoas a se protegerem e possibilitar a continuidade da manifestação, segurando a polícia através de barricadas e outras ações.
        Por que será que ontem não ocorreram quaisquer cenas dessa natureza? Porque dessa vez a polícia não tentou impedir o acontecimento de uma manifestação legítima e não atacou arbitrariamente os participantes. A violência nas manifestações não surge de maneira gratuita, de “grupos isolados” ou de “vândalos”, como a grande mídia adora divulgar. A violência do oprimido é legítima e surge como uma resposta à violência do opressor; e no caso, como uma maneira de assegurar a integridade física dos manifestantes – o que, diferentemente da integridade física de vidraças, lixeiras e paredes, não parece ser importante para a PM.
       Compreendemos que violência é o que se pratica contra as pessoas. Seja através dos ataques da polícia, seja através da superexploração e endividadamento que os bancos – principais alvos dos manifestantes – promovem com grande parte da população. Entendemos por violência a retirada de direitos e as medidas que intensificam a desigualdade social no país e precarizam a condição de vida de milhões de pessoas.
       Continuaremos exercendo nosso direito de ocupar as ruas em defesa da ampliação de nossos direitos sociais, contra a reforma da previdência, pelo fim da Polícia Militar, contra a reforma trabalhista, contra a absurda PEC 241, em defesa da democracia e contra o governo golpista e ilegítimo de Michel Temer.
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NENHUM DIREITO A MENOS!
FORA TEMER!
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CONTRATAQUE
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(** Foto destacada de Karina Ferreira – Maruim *** Foto 2. ?)

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